2004-05-29

O Porteiro: diário de um novo filme português (VII)

24 de Maio de 2004: As campanhas do Ministério da Saúde dizem-nos que fumar mata, prejudica os pulmões e estraga a pele. É mentira! O tabaco aclara o espírito e apazigua os nervos, sobretudo quando se é produtor de O Porteiro e se chega ao primeiro dia de filmagens com ainda tanto por fazer. Faltam-nos adereços, peças de guarda-roupa e algumas deserções de última hora implicam que a equipa funcione a meio gás. O dia de trabalho começa às 15, uma hora após o previsto: é altura de filmar o assédio de Rui Unas à doce Carla Chambel. Às 17, surge o nosso Ivo Canelas para a sequência do labirinto de biombos. Chega a hora do jantar, que se prolonga perigosamente para além do previsto. Ainda para mais, um vizinho mais afoito e incomodado com as filmagens de exteriores ameaça despejar uma chaleira de água a ferver sobre a equipa: a PSP é chamada a intervir e esbanja-se uma hora preciosa em negociações. Felizmente para nós, tínhamos já obtido (a muito custo, diga-se) a necessária licença camarária para a ocupação da rua; caso contrário, teríamos todos voltado a casa mais cedo e sem um minuto que fosse de filmagens de exteriores. Ao fim da noite, falta-nos toda a cena 11 para filmar e alguns interiores. Oxalá que amanhã e depois as coisas melhorem, senão esta merda vai toda ao ar.

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