25 de Maio de 2004: O plano de filmagens é um instrumento de trabalho fundamental. Nele se delimitam quais as cenas a rodar e horários dos respectivos intervenientes. No caso de O Porteiro, foi necessário levar em conta a disponibilidade de agenda dos actores, o horário de funcionamento do nosso bar e o limite máximo de três dias para as filmagens. A verdade, porém, é que no segundo dia de trabalho os horários não funcionaram: um lapso de comunicação levou a que a equipa comparecesse três horas antes do previsto. Como resultado, o estado de espírito de todos é o pior possível: o desânimo e a irritação proliferam, o que se repercute no rendimento do dia. Só às 19 horas é que o trabalho começa a sério. Pior ainda, e contrariamente ao sucesso do bacalhau com natas da véspera, o strogonoff servido ao jantar acaba por ter o sabor e consistência de vomitado de gato. A noite virá todavia a ser produtiva: toda a sequência da agressão à cliente é filmada com sucesso. Claro que, minutos antes do início da rodagem, tive de correr toda a baixa pombalina em busca de uma camisa branca, que ainda faltava, para o protagonista. Será que o Paulo Branco também corre à noite à procura de camisas?
2004-05-29
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