2004-05-28

O Porteiro: diário de um novo filme português (VI)

17 de Maio de 2004: O que o cinema tem de fascinante é que mesmo um projecto com meios tão modestos como o nosso O Porteiro pode dispor de efeitos especiais eficazes e interessantes. Estou a falar das célebres camisolas especialmente encomendadas para a dificílima sequência do desprendimento do fio de malha: quando Tozé-travesti consegue iludir o porteiro e entra no bar Dedalus, deixa preso um fio da sua camisola na roseira à entrada. A sequência apresenta duas dificuldades: primeiro, é necessário encontrar uma malha suficientemente forte para não quebrar e suficientemente grossa para poder ser captada pela objectiva da câmara; segundo, é preciso fazer uma camisola que possa ser desfiada e sem costuras aos lados que impeçam o desprendimento do fio. Graças à intervenção oportuna da minha mãe, Maria Trindade, e ao talento da Dona Zulmira Correia de Jesus, em pouco menos de uma semana chegam-nos às mãos as magníficas camisolas: três prontas a serem desfiadas e uma inteira.

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