«Experimentando a comida, Zazie declarou de cara que estava uma merda. Mas o tira, educado pela mãe numa sólida tradição de carne assada, a viúva, entendida em batatas fritas autênticas, e Gabriel, acostumado com os pratos estranhos servidos nas boates, aconselharam à menina que ficasse quieta, assumindo o silêncio covarde, que permite aos donos de restaurantes de terceira categoria corromper o gosto público no plano da política interna, e, no plano da política externa, falsificar, para estrangeiros, a magnífica herança que a cozinha francesa recebeu dos gauleses, a quem também devemos, aliás, como todos sabem, as calças compridas de boca larga, a industrialização dos barris e a arte não-figurativa.»
(in Raymond Queneau: Zazie no Metrô, tradução de Irène Monique Harlek Cubric, Rocco, Rio de Janeiro, 1985)
4 comentários:
Boas é verdade a proposito do teu comentário também achei muito boas as palavras do Miguel Seabra nos Globos de Ouro. São palavras de força e de animo para qualquer um. Beijos Bom fim-de-semana.
Existe também uma tradução portuguesa, de Alexandre Rodrigues, Portugália Editora.
Um jinho GANDE de bom fds cheio de cravos lindos..
BShell
Mas...tem algum jeito passar o 25 de Abril de cama com o diabo de uma amigdalite???
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