2005-12-16

Bocage (ii)

«Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio e não pequeno:

Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor que à ternura,
Bebendo em níveas mãos por taça escura
de zelos infernais, letal veneno:

Devoto incensador de mil deidades
(digo moças mil) num só momento
Inimigo de hipócritas e frades:

Eis Bocage, em quem luz algum talento:
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou cagando ao vento.»

2 comentários:

J.P. disse...

O Bocage era de todas as personalidades históricas Portuguesas das que eu mais curtia ter conhecido.
Um abraço e Bom Natal.

Anónimo disse...

best regards, nice info »