O Festival Eurovisão da Canção de 2008 foi um desastre. O concurso já não tem qualquer credibilidade e, bazófias patrióticas à parte, toda a gente ficou com a sensação que ganhou uma das piores canções. A culpa está no sistema de votação. O voto telefónico pode parecer uma solução democrática e é uma boa fonte de receitas, mas não garante resultados imparciais. Tal como está, as pontuações ficam dependentes das vizinhanças e simpatias políticas. A solução passa pela reintrodução do sistema de júri. Só um júri composto por personalidades idóneas da indústria da música e provenientes de países não europeus ou países europeus não presentes na final pode garantir uma votação séria. Mas há ainda outras razões. O grande público reage mal às novidades. A dependência do voto telefónico é avessa ao experimentalismo - vide os péssimos resultados dos representantes franceses nos últimos anos - e à renovação musical do festival.
2008-05-30
2008-05-25
2008-05-23
How to visit New York and spend only 391 Euros
1 – Plan your trip carefully with Google Maps
2 – Online reservations
3 – Yes, it is possible to find accommodation in Manhattan that is affordable and safe
4 – Choose your restaurants at Menu Pages
5 – Do not fly with TAP
6 – Metrocard!
7 – Take the NJ Transit Train from Newark to Penn Station New York
8 - The devaluation of the U.S. dollar
9 - Ray's Pizza
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Norman Mailer
Norman Mailer foi uma personalidade fascinante e complexa. O âmbito dos seus interesses era vastíssimo e incluía ocupações tão diversas como a literatura e o boxe. Manifestamente, o senhor tinha mais jeito para a primeira e nunca ganhou um cêntimo que fosse nos ringues. Mas talvez o boxe e a literatura não sejam tão diferentes assim. Mailer comparou muitas vezes o combate de pugilismo ao confronto do escritor com a página em branco. E, tal como a literatura, também o boxe está condicionado pelos estilos, técnicas e estratégias prevalecentes num dado momento histórico.
O romance The Castle in the Forest (2007) é o registo de um combate extraordinário. É o maior combate não só da carreira de Norman Mailer, mas talvez de toda a literatura. De um lado está um escritor nascido no seio de uma família judia de New Jersey e do outro está o maior inimigo do seu povo, Adolf Hitler. O líder nazi foi sempre uma obsessão para Mailer, que chegou a afirmar «you can’t be Jewish without thinking a great deal about Hitler all the time». Escrever um romance sobre as origens de Hitler foi a forma que ele encontrou de lidar com os seus fantasmas.
A juventude de Hitler sempre esteve rodeada de grande mistério. O próprio Hitler guardou muito segredo sobre as suas origens. Tentava ocultar muitas histórias embaraçosas sobre os seus parentes e proibiu que se publicasse qualquer coisa sobre a sua família e infância. Inventou a sua própria história, mudando as origens e a etnia. E até mandou matar pessoas que sabiam demasiado sobre o seu passado. Os historiadores sugerem várias possibilidades para este desconforto, mas todas as suas explicações são limitadas e conjecturais. Em contrapartida, a ausência de fontes e materiais históricos abre excelentes oportunidades aos romancistas.
Um romancista tem duas grandes opções estratégicas quando aborda um assunto como a origem de Hitler. A primeira dessas opções é o que poderíamos chamar de via trágica. A narrativa sublinharia tudo o que o nazismo teve de catastrófico, recorrendo a uma linguagem a condizer, grandiosa e elaborada. Porém, esta alternativa resulta muitas vezes em fanfarronadas pretensiosas e estéreis. A segunda via possível é a sátira e foi por aqui que Norman Mailer seguiu. A sua linguagem é corrosiva e mordaz. O texto multiplica-se em pormenores grotescos, sórdidos e muitas vezes engraçados, pelas mesmas razões que os demónios insistem em chamar Deus por Dummkopf: apoucar o adversário, acentuar as suas fragilidades e reduzi-lo à condição de um pobre diabo.
O romance The Castle in the Forest (2007) é o registo de um combate extraordinário. É o maior combate não só da carreira de Norman Mailer, mas talvez de toda a literatura. De um lado está um escritor nascido no seio de uma família judia de New Jersey e do outro está o maior inimigo do seu povo, Adolf Hitler. O líder nazi foi sempre uma obsessão para Mailer, que chegou a afirmar «you can’t be Jewish without thinking a great deal about Hitler all the time». Escrever um romance sobre as origens de Hitler foi a forma que ele encontrou de lidar com os seus fantasmas.
A juventude de Hitler sempre esteve rodeada de grande mistério. O próprio Hitler guardou muito segredo sobre as suas origens. Tentava ocultar muitas histórias embaraçosas sobre os seus parentes e proibiu que se publicasse qualquer coisa sobre a sua família e infância. Inventou a sua própria história, mudando as origens e a etnia. E até mandou matar pessoas que sabiam demasiado sobre o seu passado. Os historiadores sugerem várias possibilidades para este desconforto, mas todas as suas explicações são limitadas e conjecturais. Em contrapartida, a ausência de fontes e materiais históricos abre excelentes oportunidades aos romancistas.
Um romancista tem duas grandes opções estratégicas quando aborda um assunto como a origem de Hitler. A primeira dessas opções é o que poderíamos chamar de via trágica. A narrativa sublinharia tudo o que o nazismo teve de catastrófico, recorrendo a uma linguagem a condizer, grandiosa e elaborada. Porém, esta alternativa resulta muitas vezes em fanfarronadas pretensiosas e estéreis. A segunda via possível é a sátira e foi por aqui que Norman Mailer seguiu. A sua linguagem é corrosiva e mordaz. O texto multiplica-se em pormenores grotescos, sórdidos e muitas vezes engraçados, pelas mesmas razões que os demónios insistem em chamar Deus por Dummkopf: apoucar o adversário, acentuar as suas fragilidades e reduzi-lo à condição de um pobre diabo.
2008-05-20
2008-05-17
2008-05-10
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